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21 de julho de 2017

Depressão: o que aprendemos com o suicídio de Chester Bennington


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20 de julho de 2017. O mundo perdia um dos grandes ícones do rock. De maneira repentina, nos despedimos de Chester Bennington, vocalista do Linkin Park. Causa da morte? Suicídio.

O que esse episódio pode retratar da nossa sociedade? Por que banalizar algo tão profundo? Inúmeras pessoas se suicidam em linhas de metrô, e pensamento como "por que ele teve que se jogar logo hoje?" ou "ele vai me fazer chegar atrasado no trabalho". Quando perdemos a nossa humanidade?



Considerada o "mal do século" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente. É um transtorno psiquiátrico que atinge pessoas de qualquer idade.

Não, depressão não é apenas tristeza. Ela engloba vários outros sinais/sintomas como cansaço extremo; fraqueza; irritabilidade; angústia; ansiedade; baixa autoestima; insônia; falta de interesse por atividades; pensamentos pessimistas; pensamentos mórbidos; comportamentos compulsivos; dificuldade de concentração; sensação de impotência. dentre outros.

A nossa sociedade não trata essa doença como deveria, sendo considerado apenas uma fase por grande parte da população. Sinto informar que é o problema é ainda mais fundo.


Em março de 2017, o serviço de streaming Netflix colocou em seu catálogo a série 13 Reasons Why, adaptação do livro de mesmo nome. Na série, a personagem principal Hannah Baker conta, através de fitas, os motivos que a levaram a cometer suicídio. A polêmica foi instaurada.


Milhares de pessoas, com medo de seus filhos realizarem o mesmo, abriram  campanhas contra a série. Pessoas que não sabem o que realmente é a depressão. O problema não estava exclusivamente na série. Nenhuma pessoa com saúde mental estável seria influenciada; pessoas com depressão poderiam utilizar como gatilho.


Em abril de 2017, explodiu nas redes sociais um jogo denominado "Baleia Azul". O desafio era composto por 50 etapas, sendo a última missão o suicídio.
Por semanas o assunto foi manchete nos principais portais, foi o assunto mais comentado nas redes sociais. Porém o que pouca gente percebeu que o desafio era apenas uma consequência.



Depressão é um assunto sério e que deve ser debatido.
Em 2013, o cenário musical brasileiro teve duas perdas em um intervalo de seis meses, ambas causadas pela depressão.

Em março, o vocalista da banda Charlie Brown Jr., Chorão, foi encontrado morto em seu apartamento em São Paulo. O cantor havia entrado em depressão após o falecimento do seu pai, em meados de 2000. No final de 2012, separou-se de sua esposa. Quatro meses depois teve uma overdose de cocaína.


Em setembro, o baixista da banda Charlie Brown Jr., Champignon, cometeu suicídio em seu apartamento. Após a morte de seu amigo de infância, o músico entrou em um quadro de depressão profundo. Após ingerir bebida alcoólica, o baixista trancou-se em seu quarto/estúdio. Pegou sua arma, que portava por questões de segurança, e realizou dois disparos. Um, de teste, marcou o piso do apartamento. O segundo alojou-se acima de sua orelha direita.

  
Todos os dias nos acostumamos com notícias como o suicídio de Chester Bennington. Durante uma semana iremos nos perguntar os motivos da decisão dele, até que seguiremos normalmente as nossas vidas.
Banalizamos situações como essa, tornasse 'moda' a depressão, batem no peito dizendo que tomam Rivotril, como se fosse motivo de orgulho. Não é normal que a nossa sociedade tenha se acostumado com situações como essa.
E quanto mais deixarmos de lado debates como esse, os casos de suicídio só aumentarão.


"Não subestime o sofrimento alheio; não brinque com o sentimento das pessoas; se você não puder ajudar uma pessoa, não atrapalhe; não seja mal com as pessoas que não estão fazendo nada pra você; não explore os traumas que as pessoas têm; não explore os traumas das pessoas para conseguir nada delas ou para magoar. Tenha empatia, se coloque no lugar do outro".

"Estou reaprendendo a viver"

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